A evolução da armazenagem de grãos no Brasil: saiba mais

A evolução da armazenagem de grãos no Brasil: saiba mais

“O Brasil é o celeiro do mundo”. Você certamente já ouviu essa frase? Ela foi um slogan nacional na ditadura Vargas, mas ganhou mais força nas últimas décadas, em virtude dos resultados alcançados pelo nosso agronegócio, principalmente na produção e na armazenagem de grãos.

Os números provam esses resultados. A estimativa da safra brasileira de grãos 2017/2018 é de 232,6 milhões de toneladas, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2016/2017 colhemos 237,7 milhões de toneladas. Mas, juntamente com a elevada produção, há alta necessidade de armazenagem de grãos.

Mas você conhece a história da armazenagem de grãos no Brasil?

Ao longo das décadas a capacidade de evolução da armazenagem de grãos evoluiu muito, mas ainda carece de avanços. Para conhecer essa evolução e as maiores necessidades do setor acompanhe nosso texto de hoje.

Breve Histórico da armazenagem de grãos

Os primeiros registros indicam que os processos de armazenagem eram baseados no armazenamento de alimentos. Celeiros eram utilizados para guardar a produção de grãos para consumo e comércio entre produtores e reservar sementes para a plantação das colheitas seguintes.

Já entre os anos 40 a 60 foram construídos no Brasil armazéns chamados convencionais de fundo plano, sem transportadores de carga e descarga. Estes armazéns eram destinados para sacarias especialmente para armazenagem de café e arroz.

Com a granelização, ocorrida nos anos 60, esses armazéns ficaram defasados e praticamente com utilidade apenas para café e algodão, mas sem finalidade para a armazenagem dos produtos de grandes lavouras de grãos a granel.

Nas décadas de 60 e 70, iniciavam-se a granelização da armazenagem de grãos com o abandono da sacaria nas grandes culturas e a construção de silos graneleiros com fundo plano ou em “V”. Estes contavam com máquina de limpeza, secagem contínua de grãos, transportes a granel para carga e descarga nas empresas particulares, públicas e cooperativas.

Paulatinamente, começou-se a utilizar silos metálicos com recursos indispensáveis de termometria e aeração para armazenagem segura dos grãos.

No ano 2000 foi aprovada uma lei que levou o número 9.973, que trata exclusivamente da armazenagem de grãos no Brasil. Essa lei é considerada um avanço enorme para o setor, pois disciplina à atividade exigindo recursos tecnológicos, tais como termometria e aeração que ajudam a eliminar perdas e melhorar os controles de estoque.

Evolução técnica da armazenagem de grãos

Assim como vem ocorrendo com a produção, os equipamentos de armazenagem de grãos também evoluíram bastante, principalmente nos últimos anos. As principais companhias brasileiras fabricantes de equipamentos para armazenagem estão diversificando seus portfólios de produtos, ofertando equipamentos que atendem diferentes necessidades.

Essa diversificação de equipamentos bem junto com um mercado cada vez mais globalizado e altamente competitivo, onde estratégias para a segregação de produtos tem sido cada vez mais priorizadas. Assim, as empresas visam agregar valor ao grão, reduzir as perdas ao longo da cadeia produtiva e ampliar sua participação no mercado.

Com isso, as empresas estão se adaptando ao processo de segregação, onde a construção de silos com menor capacidade e no esquema modular, se torna uma alternativa de estrutura capaz de proceder com a segregação dos grãos, aumentando em função da capacidade da empresa.

Além disso, os últimos anos têm sido voltados para maior integração entre fabricantes, clientes e transportadoras, já que todos passam a constituir elos dentro da cadeia de suprimentos, conhecida como Supply Chain.

Dessa forma, todos os processos são desenvolvidos para entregar o produto correto dentro do prazo para o consumidor final. Com isso, a configuração do armazém irá naturalmente evoluir para atender aos novos parâmetros de desempenho e de qualidade desejados pelo mercado.

Ainda não há total capacidade de armazenagem no Brasil

Apesar de todo o avanço na armazenagem de grãos no Brasil, há ainda uma certa defasagem quanto a capacidade de armazenamento no país, o que gera sérios problemas.

Segundo recomendação da FAO a capacidade estática de armazenagem de um país deve ser igual a 1,2 vezes sua produção agrícola anual. Pensando nessa linha, o Brasil apresenta um déficit que gira em torno de 70 milhões de toneladas.

Porém, outra questão importante é que além dessa defasagem há ainda uma porcentagem da capacidade estática brasileira que não atende os preceitos mínimos para uma boa armazenagem, tornando esse déficit ainda maior.

No Brasil, várias são as falhas quando abordamos a questão da armazenagem de grãos, tais como: falta de silos adequados; limpeza incorreta das instalações; secagem dos grãos mal realizada, transporte inadequado e diversos outros fatores ligados à armazenagem.

Assim, apesar de ter crescido bastante nas últimas décadas, o setor de armazenagem de grãos no Brasil ainda tem muito a evoluir, principalmente quanto a diferenciação de produtos e segmentação de mercado, com o objetivo de preservar as características e assegurar a homogeneidade dos grãos.

Gostou? Então aproveite e saiba como funciona o processo de secagem de grãos.

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